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segunda-feira, janeiro 31, 2011

VIVER NÃO DÓI


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadase não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intensoe que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco,mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco,mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a elanossas mais profundas angústias e ela estivesse interessadaem nos compreender.

Sofremos, não porque nosso time perdeu,mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendoconfiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vidaestá no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca,e que, esquivando-se do sofrimento,faz perder também a felicidade.

A dor é inevitável.O sofrimento é opcional.


(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, janeiro 25, 2011

O IDIOTA E A MOEDA


Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. - Eu sei, respondeu o tolo.
"Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda...


Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

* A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

* A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?

* A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é:
A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente. Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam... é problema deles.


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